terça-feira, dezembro 21, 2004

Ela... sempre ela...

Acordo de uma noite mal dormida, olho para o relógio e vejo que estou atrasado para a vida. Uma sensação de vazio mora no meu peito continuamente e, depois da noite de ontem, piorou... Como é que eu pude??? Tornei-me naquilo que mais desprezo... Olho para a janela em busca de um raio, não de sol, mas de esperança... Viro-me para o corpo nú deitado ao meu lado e sinto repulsa, sinto nojo dela e sinto nojo de mim! Não própriamente pelas suas linhas delgadas, não pelo seu toque macio, não pela sua pele com cheiro de rebuçado... Mas por aquilo que fiz... Como é que eu lhe vou explicar que sinto nojo? Como é que lhe vou dizer que depois dela amei um homem, e como é que eu lhe vou dizer que ainda o amo? Apenas a usei... Usei-a como odiei que me usassem a mim... E ela ainda me ama... Eu sei-o... Ao fim de ano e meio ainda me continua a amar como se tivessemos acabado ontem... Olho para ela com pena e digo para mim mesmo que não vou acabar assim, como ela, devoto a alguém que não me ama, perdendo-me por umas horas de prazer...

segunda-feira, dezembro 20, 2004

António


A Marilyn Monroe tinha razão quando disse que “os homens não vão embora quando conseguem o que querem (aka sexo), porque querem sempre mais”.
O António foi o primeiro Peter Pan com quem me envolvi, tenho muito carinho por ele e aprendi imenso com a nossa relação: ele está habituado a mal conhecer as pessoas com quem fode, e já se habituou a preocupar-se apenas com o seu prazer. Eu era muito ingénua (eu já fui ingénua!) e nessa altura preferia dar prazer a tê-lo. Volta e meia quando passa por Coimbra aparece e eu acabo num qualquer ermo a ser sodomizada enquanto lhe chamo puta e lhe grito palavrões.

Começou por me beijar, sem sofreguidão mas com intensidade, e foi-me encostando contra a parede.
“Tiveste saudades minhas?”
“Imensas…”
As minhas mãos percorrem a sua nuca e puxo-o para mim com o antebraço no seu pescoço. Tento segura-lo também pela cintura e arranhar-lhe as costas com as minhas unhas compridas, mas ele agarra-me a mão e faz-me sentir o tamanho da sua virilidade. Desapertei-lhe as calças, puxo toda a sua roupa para baixo e acaricio o seu sexo. Uma coisa que gosto nele é que controla mas não me força a fazer seja o for, e é muito meigo, quase romântico! Toca-me com jeitinho no ombro para me dar a entender o que quer e eu ajoelho-me.
“Não me quero vir já.”
“Então não te venhas.”
Está irrequieto, vai-me obrigando a parar para o beijar. Tento diminuir a sucção, contudo segura o meu cabelo e tenta controlar os meus movimentos. Eu não me importo até ele se empolgar.
“Desculpa, mas isso estimula-me a garganta.” Não consegui evitar dizer, estava prestes a vomitar.
Levanta-se e vem para trás de mim. Sexo!
“Mais força.”, digo em jeito de ordem, aumenta o ritmo.
“Gostas?”
Não lhe devia estar a ser confortável. “Deita-te no chão. haa… Em cima das minhas calças.” Assenti. (foi uma coisa muito gira da parte dele, muito querida.)

Acabamos por nos vir os dois ao mesmo tempo (muito giro!) na posição de cachorrinhos, ele a segurar-me pelas cristas íliacas (ancas), eu a acariciar-me e sim, sodomia.

Passamos uma hora a conversar. Em relação ao António não sou (não posso ser, não me atrevo a ser) prepotente, mas creio que ele me acha tão interessante como eu sempre o achei a ele. A ambos tivemos pena de não podermos passar mais tempo juntos.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Derrotado

Fechei a porta atrás de mim e segui rua a baixo. Sentia-me imundo... Aquele porco levou-me a ceder de novo! "Que merda... ainda o amo..." pensei enquanto olhava os miúdos ensonados que seguiam à minha frente em direcção à escola. Imaginei-me a ter uma família com ele e depois ri, em grandes gargalhadas. Isso seria algo de impossível para qualquer um dos dois... Parei de rir e uma dor encheu-me o peito... "Será que algum dia as coisas vão mudar?" perguntei a mim mesmo... É óbvio que não... Já lá vão 2 meses desde que nos reencontrámos a primeira vez desde o fim do nosso namoro, e estupidamente entrámos no ciclo do " somos apenas amigos, mas..." sempre que podemos acabamos na mesma cama... De cada vez que isso acontece ele leva-me o coração de novo... Entrego-me, cego pelo sentimento, segurando aquele corpo contra o meu como se a minha vida dependesse disso. Os olhos dele penetram-me a alma, apoderam-se de mim... Gosto da sensação de poder que ele transmite. Vê-me submisso, vê-me à sua mercê e os seus olhos, os seus lindos e tristes olhos de criança, permanecem imóveis, penetrantes como no início... Como me fascina...

quinta-feira, dezembro 02, 2004

eu falo tanto...

Eu falo tanto... conto a minha vida toda a quem se dispuzer a ouvi-la, mas com ela é diferente: grito e choro em silêncio, enquanto o que sinto cresce e doi. Sou incapaz de o confessar, tenho medo de parecer ridicula, medo que ela me ache ridicula, medo que ela se afaste...

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BI-xisses
Kitschnette